Coleção COC - Casa de Oswaldo Cruz

A criação da COC, em 1985, e sua transformação em Unidade, em 1987, se deu em um contexto de luta contra a ditadura e afirmação da democracia no país, quando a memória e a história se configuravam como elementos importantes na vocalização e na vinculação de interesses democráticos a trajetórias históricas, de maneira a tornar esses projetos mais legítimos.
O interesse pela criação de uma unidade da Fiocruz voltada à memória emergiu neste cenário, no qual surgia no Brasil uma preocupação em buscar processos de gênese e entendimento de relações histórico-culturais, com a revitalização das discussões sobre o campo da memória, entendida como um processo de construção social, tendo a questão patrimonial ampliada para abarcar os bens intangíveis. A COC surge ainda em um momento de renovação da própria Fiocruz, que sob a presidência de Sergio Arouca se filiou ao processo da reforma sanitária, quando foi preciso recuperar e ressignificar também a tradição da saúde pública brasileira.
Ao longo de sua trajetória, a Casa acumulou larga experiência na pesquisa histórica e na prática, reflexão e criação de metodologias para lidar com os diversos artefatos de memória, sejam eles físicos, como os acervos arquivísticos, bibliográficos, museológicos, arquitetônicos e urbanísticos, sejam eles imateriais, como os elementos componentes do patrimônio cultural da saúde, experiência essa também revertida em ações de ensino e formação.

A constituição de acervos de depoimentos de história oral foi uma das primeiras frentes desenvolvidas pela unidade. Há também vasta produção bibliográfica, ao lado de guias, catálogos, inventários e obras de referência resultantes de projetos de pesquisa a respeito da história da instituição, da saúde pública brasileira e de seus personagens, algumas delas desenvolvidas em parceria com outras unidades da Fiocruz.
No campo da produção audiovisual, a COC realiza a produção de vídeos documentários e pequenas animações em divulgação científica. No campo da informação e da documentação, acumulou-se experiência na gestão de documentos e no recolhimento, captação, organização, conservação e difusão de arquivos, coleções bibliográficas e museológicas de natureza institucional e pessoal, além daquelas relacionadas à história da saúde pública. No campo da divulgação científica, cabe destacar a criação de produtos e recursos multimídias educacionais, a realização de exposições temporárias e itinerantes, além de peças teatrais e condução de visitas em espaços temáticos do campus de Manguinhos.